Projeto e destino

O livro de Giulio Carlo Argan, Projeto e Destino é um livro interessante e que deve ser lido como fonte de reflexão aos pesquisadores, historiadores, urbanistas que estão envolvidos na faina da preservação de nossas cidades. Existe uma ótima resenha no Vitruvius. Livro é assim, tem que ser lido, ao menos uma resenha confiável, já que no site da editora está indisponível.
Mas, o que mais me intriga, entre várias falas de Argan é o próprio título, que também dá nome ao artigo de entrada. Projeto seria um processo lógico de construção de algo; quando contrapomos ao destino, este se estabelece como demolidor e reformatador do projeto. Não se pode pensar em projeto sem considerar o acaso como elemento palpável, asim como não podemos deixar o acaso constituir a força-mestra de nossa vida. Conjugar satisfatoriamente esses conceitos seria a base do progresso humano.
Na vida a gente se vê várias vezes lutando contra essas forças. Muitas vezes por não aceitarmos que nossos planos (que muitas vezes não são planos, são sonhos) não possam ser reais. Você não entende a diferença de plano pra sonho? Plano é algo amplo, bem estruturado em situações reais e, especialmente, condicionado a vários projetos. A articulação desses projetos pode-nos levar à realização desse plano. O destino entra de forma proativa ou não nesse contexto. O sonho é o desejo. Não tem nada a ver com planos ou projetos. Sonho é ganhar na loteria, é dar um beijo no Paul McCartney da década de 1970, é querer que as coisas aconteçam sem que façamos por onde.
O destino é sempre solidário aos bons projetos, se os projetos souberem aceitar essa interface.

Comentários

tai nascimento disse…
Sonhar: e o que os jornalistas pensam que estamos fazendo enquanto acompanhamos as noticias, só assim pra acreditar em tudo que é dito.

ahahahaha

beijos
Anônimo disse…
essa interface às vezes é difícil de ser aceita, né?
Claudia disse…
Com certeza, Anne! Mas sempre acreditei que sendo abertos e generosos sempre conseguimos mais do que sendo duros... sem outras conotações, Anne!

Tainá: a imprensa não cria sonhos, cria mundos paralelos e realidades virtuais! É coisa de outra dimensão...

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