Salão Pequenos Formatos
Exposições possuem um discurso definido. Aliás, é o momento do cruzamento de idéias, onde a fala do artista, do curador e do observador encontram um ponto nodal e aí se expandem em várias interpretações possíveis. Um salão é uma festa, um aglomerado de idéias que, quase casualmente, se encontram. Fazer o relatório de uma festa é como querer quantificar e delimitar o caos.
Pessoalmente não gosto do espaço da Galeria Graça Landeira. Ela fragmenta o discurso do conjunto ao mesmo tempo em que não permite agrupamentos dialógicos ou leituras lineares. Mas, por sua vez, ela é favorável à montagem de um salão pois, justamente por isto, permite que a individualidade, mais que o coletivo, se ressalte. E foi esta a impressão que tive, que reafirma a própria construção espacial: as obras/artistas fazem discursos diferentes. Mas não de forma caótica: são discursos sobre o mesmo tema. Por isso, achei muito apropriado o uso da caixa de isopor do Ver-o-Peso como símbolo: é uma complexidade de contextos e trabalhos consolidados.
Não registrei quais trabalhos foram premiados porque quando vou a uma exposição, mesmo um salão, gosto de fazer minhas próprias leituras, estabelecer interpretações livres, deixar fluir. O que fica na memória é o que me emociona de alguma forma.
Gostei da áudio-instalação que trazia a leitura do oráculo de café, como gosto de passear entre as erveiras do Ver-o-Peso: intriga e desperta o olhar para outras dimensões possíveis.
Intrigou-me também a gravura digital sobre papel milimetrado. As oposições entre a lógica cartesiana e a poesia, como os neoconcretistas, me cativam. Para mim a arte é o exercício da transcendência e quando ela é feita a partir do caminho menos provável e rígido, potencializa a poiesis. Assim como também a pintura hiperrealista de ângulos cotidianos: além do óbvio.
Outro trabalho (“Memórias em Pequenas Moradas”, da Nailana Thiely) também me causou empatia, por conta da temática: registra a alma das coisas, expressa na vida que mantém a memória, a história de que somos agentes, e só percebemos quando ela se esvai, na velhice, na perda, no arruinamento das coisas.
Artistas selecionados:
Alberto Bitar - PA
Alex Topini - RJ
Ana Beatriz Elorza - SP
Ana Luiza Kalaydjian - SP
Ana Maria de O. Mokarzel - PA
André Favilla - SP
Bettina Vaz Guimarães - SP
Camila Soato - DF
Carla Chaim - SP
Diego De Santos - CE
Fábio Baroli - DF
Iuri Casaes - RJ
Karina Zen - SC
Louise D.D - RJ
Lucas Simões - SP
Maura Grimaldi - SP
Nailana Thiely - PA
Natasha Barricelli - SP
Nathan Tyger - SP
Rodrigo Torres - RJ
Sandra Lopes - SP
Sinval Garcia - SP
SERVIÇO:
Salão Pequenos Formatos
Galeria Graça Landeira
Universidade da Amazônia
Pessoalmente não gosto do espaço da Galeria Graça Landeira. Ela fragmenta o discurso do conjunto ao mesmo tempo em que não permite agrupamentos dialógicos ou leituras lineares. Mas, por sua vez, ela é favorável à montagem de um salão pois, justamente por isto, permite que a individualidade, mais que o coletivo, se ressalte. E foi esta a impressão que tive, que reafirma a própria construção espacial: as obras/artistas fazem discursos diferentes. Mas não de forma caótica: são discursos sobre o mesmo tema. Por isso, achei muito apropriado o uso da caixa de isopor do Ver-o-Peso como símbolo: é uma complexidade de contextos e trabalhos consolidados.
Não registrei quais trabalhos foram premiados porque quando vou a uma exposição, mesmo um salão, gosto de fazer minhas próprias leituras, estabelecer interpretações livres, deixar fluir. O que fica na memória é o que me emociona de alguma forma.
Gostei da áudio-instalação que trazia a leitura do oráculo de café, como gosto de passear entre as erveiras do Ver-o-Peso: intriga e desperta o olhar para outras dimensões possíveis.
Intrigou-me também a gravura digital sobre papel milimetrado. As oposições entre a lógica cartesiana e a poesia, como os neoconcretistas, me cativam. Para mim a arte é o exercício da transcendência e quando ela é feita a partir do caminho menos provável e rígido, potencializa a poiesis. Assim como também a pintura hiperrealista de ângulos cotidianos: além do óbvio.
Outro trabalho (“Memórias em Pequenas Moradas”, da Nailana Thiely) também me causou empatia, por conta da temática: registra a alma das coisas, expressa na vida que mantém a memória, a história de que somos agentes, e só percebemos quando ela se esvai, na velhice, na perda, no arruinamento das coisas.
Artistas selecionados:
Alberto Bitar - PA
Alex Topini - RJ
Ana Beatriz Elorza - SP
Ana Luiza Kalaydjian - SP
Ana Maria de O. Mokarzel - PA
André Favilla - SP
Bettina Vaz Guimarães - SP
Camila Soato - DF
Carla Chaim - SP
Diego De Santos - CE
Fábio Baroli - DF
Iuri Casaes - RJ
Karina Zen - SC
Louise D.D - RJ
Lucas Simões - SP
Maura Grimaldi - SP
Nailana Thiely - PA
Natasha Barricelli - SP
Nathan Tyger - SP
Rodrigo Torres - RJ
Sandra Lopes - SP
Sinval Garcia - SP
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Salão Pequenos Formatos
Galeria Graça Landeira
Universidade da Amazônia
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