Sobre Edmilson Rodrigues

Quem me conhece sabe o quanto sou fã do Edmilson Rodrigues, e não é de hoje minha admiração. Muitos poderão ver de forma estranha minha defesa desse cara: eu poderia escrever um livro de impressões sobre o Edmilson, mas vou só fazer um textão.
Conheci ele pela admiração de outros. Murilo tinha sido aluno dele no Integrado, quando ele jurava de pé junto que não entraria na política. Um dia, grávida da Marina, fui apresentada a ele, próximo à Mesbla (sim, faz tempo) e, desde então, toda vez que passei por ele (na casualidade da vida), sempre fui cumprimentada com um sorriso. A esta altura ele já era político, se não me engano sem mandato eletivo.
Os anos passaram, fiz concurso para a prefeitura na gestão do Gueiros e, embora tenha passado em primeiro lugar, nunca me chamaram. O tempo estava passando e a validade do concurso iria expirar. Já tinha Marina, Catarina e estava grávida da Anita, estagiava no Goeldi quando Edmilson concorreu ao seu primeiro mandato como prefeito. Lembro que a Cacá era apaixonada por três pessoas: o pai, Djavan e Edmilson, que a cativou na campanha eleitoral. Anita nasceu um pouco antes do previsto e, por estar em período eleitoral, pensei: seja quem for que ganhe essa eleição, no início do ano vou atrás da minha vaga!
As eleições de 1996 foram inesperadas: o PT, partido do Edmilson à época, não possuía grande força em Belém. Tudo estava polarizado entre Elcione Barbalho, Ramiro Bentes e Cipriano Sabino. Foi entre as brigas dos que já se consideravam eleitos que foi surgindo Edmilson que, chegando ao segundo turno, acaba vencendo a eleição.
Promessa feita a mim mesma, me lembro que entrei em contato com o gabinete do prefeito eleito por volta de fevereiro e expliquei minha situação. A chefe de gabinete (não me lembro o nome) pediu que eu escrevesse uma carta e a entregasse, Fui, Anita pequena e amamentando, com a carta na mão e a pessoa tinha saído para o almoço. Sentei e aguardei. Quando surge o Edmilson, olha pra mim, da mesma forma de sempre e diz:
- Oi! Como vai? Veio falar comigo?
- Na verdade não. Mas já que você está aqui... - e entreguei a carta, explicando sucintamente do que se tratava.
Não foi rápido nem fácil, mas em junho de 1997 estava empossada como concursada na FUMBEL, trabalhando no Museu de Arte de Belém, no Palácio Antônio Lemos, sede da prefeitura, coincidentemente. E essa coincidência permitiu que eu pudesse observar o comportamento desta pessoa, que parecia ser mil, dando conta de tudo; com o mesmo carinho que atendia a todos, sentava no chão para desenhar com crianças do projeto Emaús, conversava com qualquer um que se dirigisse a ele ou, simplesmente, ia respirar das tensões passeando pelas salas (técnicas ou de exposição) do MABE. Participava de todos os eventos e estava atento a tudo. Na Galeria Municipal ia às vernissagens, adquiria obras e intervinha em relação aos seus problemas.
Eu não era eleitora em Belém, como não sou aqui em Roraima, Não havia motivos nem candidatos que merecessem meu voto, até conhecer Edmilson e acreditar que ele era um prefeito como capacidade de fazer muito mais pela cidade e, para sua reeleição, fui pra rua, pendurei bandeira, discuti com muito eleitor do Duciomar e votei no Edmilson. Sim, por acreditar na capacidade de gestão dele, transferi meu título, e não nem arrependi nunca (me arrependi das faltas de opção que vieram depois, mas...) e, posso dizer, que lamentei, como funcionária pública municipal os anos seguintes à sua saída, o desrespeito e a perseguição que vieram, que não entendiam que a admiração que eu (e muitos) tinha pelo ex-prefeito, as posturas críticas e propositivas não eram por vinculação político-partidária, mas por respeito a um trabalho (humano, portanto falho) muito bem feito que tinha tido a honra de participar.
Passam-se os anos, o reconhecimento do Edmilson a nível nacional como deputado federal me deixa feliz. Funciona como um termômetro de minha própria coerência política a apontar que realmente escolhi certo um representante político. Quando assumi a missão de buscar doutores arquitetos/urbanistas para compor o conselho científico da RCT, me lembrei dele, pensando o quanto ele poderia contribuir também no campo científico-acadêmico. Sim! Se engana quem possa pensar que o discurso do Edmilson é construção de marqueteiro! Ele tem competência e inteligência suficientes para promover discussões de qualidade. Portanto, já aqui em Roraima, distante no tempo e no espaço, lancei-lhe o convite, e ele aceitou. O homem que faz mil coisas...
Agora, nesse instante em que as pessoas questionam a honestidade de um vídeo onde ele mostra sua casa, sua família, vejo apenas o mesmo cara para o qual fui apresentada na rua Gama Abreu, que sempre perguntava pelo Murilo, pelas meninas, que se esbarrava com uma multidão no Arraial do Pavulagem. Não cola nele a imagem de um caricato deputado federal, cheio de pose e desfilando arrogantemente em algum carrão: se fosse assim, não seria Edmilson Rodrigues. Se fosse assim, eu não teria escrito este texto.

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