O que a gente preserva em um bem cultural?

O valor de um bem cultural está, não na manutenção de seus elementos originais per si, mas pelas relações que esse estabelece como referência a um tempo histórico e ao resgate na compreensão da vivência histórica. A implantação das cidades coloniais de origem ibérica, normalmente, tira proveito dos outeiros sítios altos, com calçamentos em pedras irregulares. Desta forma, vivenciar um patrimônio cultural é buscar compreender o conjunto de signos que a ele fazem referência, seus aspectos plásticos, físicos e espaciais, além de seus valores históricos e simbólicos. Não podemos desconsiderar que o calçamento em paralelepípedos é desconfortável, mas nem por isso cogitaríamos a mudança de piso em sítios como Olinda, Ouro Preto ou Pelourinho, apenas para citar alguns exemplos.
Elementos que, outrora eram situações comuns, hoje são obstáculos e amanhã poderão ser considerados irrelevantes. Por isso as intervenções em edifícios de valor histórico, arquitetônico e/ou referencial devem ser feitas em caráter reversível, não suprimindo o antigo por um novo.

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