Vamos falar sério?

Sabemos que em algumas situações temos que ser incisivos. Quando acreditamos no que fazemos, nos irrita determinadas levianidades. Me cansa, e acho totalmente dispensável, ficar me auto-referenciando e justificando fatos claros e já batidos e rebatidos. Mas vamos lá, mais uma vez...
Não é a primeira vez que um determinado blog tenta desqualificar o trabalho sério do DPHAC/SECULT e do Movimento Vida ao Teatro São Cristóvão. Quem os faz existir são pessoas, de carne, osso e sangue nas veias e, em vez das pessoas somarem esforços pelo que elas dizem estar defendendo, ficam batendo como insanos. Faço o meu papel: respondo às provocações, porque não devo a ninguém.
Como o referido blog só gosta de postagens anônimas, ou de amigos que lhe façam a claque, além de remetermos nossas considerações, resolvi postar aqui o que o meu amigo Renato colocou no seu blog:

Caro Augusto Barata,

A matéria é falaciosa e completamente pautada em coisas do tipo “teoria da conspiração”. Na verdade, a manifestação em defesa do tombamento do Teatro São Cristóvão não teve rigorosamente NADA a ver com a candidatura do Secretário de Cultura, Edilson Moura. Ela foi realizada de forma completamente espontânea. Contou com a participação do ex-Secretário de Cultura do Estado do Pará, João de Jesus Paes Loureiro (que nem de longo possui envolvimento com este governo), com representantes de grupos de cordões de pássaros de Icoaraci, como forma de lembrar a importância do Teatro para a memória da cultura popular paraense.
O Teatro São Cristóvão abrigou, nos anos 1970, além de manifestações de arte popular como os cordões de bichos, espetáculos de dança e de música. Caetano Veloso e Martinho da Vila cantaram honraram o palco deste teatro. Até os anos 1990, apresentações de balé de várias companhias de danças belemenses se apresentavam ali.
Ao realizar estas postagens, o que se percebe é que: (1) você não se deu ao trabalho de entrar em contato com ninguém que esteve na manifestação. (2) Usa do argumento mais tolo e batido do mundo – e aliás, completamente reacionário – de que as pessoas que lá estavam manifestando sua preocupação com o Teatro são na verdade um bando de manipulados pelo secretário. (3) Ao escrever esse texto raso, tolo, desinformado, quem na verdade está criando um factóide é você, não sei bem com que interesse, mas isso simplesmente não tem a menor importância.
Um blog é um exercício de jornalismo amador, para a maioria das pessoas que escrevem nestes espaços. Quando digo “amador”, digo no mais exato sentido da palavra: daqueles que amam e sentem prazer em escrever, em reportar. Mas é jornalismo do mesmo jeito. No mínimo, você deveria ter ouvido alguém que esteve lá – até como uma forma de apostar na inteligência do leitor do seu blog – coisa que você não faz.
Vai ouvir alguém daqui para frente? Não. Tem interesse em ouvir alguém, em DIALOGAR? Duvido. Preguiça? Não sei. Interesse político pessoal? Cabe a você mostrar que é isento – mas eu duvido disso também.
Suas matérias sobre o São Cristóvão não são diferentes de qualquer programa chinfrim de televisão, Ratinho ou coisa que o valha. Denúncia, denúncia, denúncia, que desperta nos leitores o que eles têm de pior – vide a covardia dos comentários dos anônimos. Não ajudam em nada. São, como disse acima, meros factóides. Seria interessante que você, ao menos, se dispusesse a dialogar, principalmente com gente que não tinha compromisso político NENHUM ali, declarando seu amor ao patrimônio cultural desta cidade, em meio da sujeira, dos pregos enferrujados, dos bichos mortos e apodrecendo no espaço do São Cristóvão. Mas, se você não respeitou nada disso quando escreveu, se você não respeitou sequer o trabalho que o Departamento do Patrimônio Histórico vem fazendo para tombar o teatro em nível estadual (aliás, duvido que você saiba disso também, mas aí com certeza por preguiça, mesmo), bom, se você não respeitou nada disso quando se dispôs a cometer aquelas postagens, rigorosamente não tenho que esperar nada de suas denúncias – a não ser, como disse, despertar o que há de pior na opinião pública.

Renato Aloizio de Oliveira Gimenes – Historiador do DPHAC, professor dos cursos de História e Direito da Faculdade Integrada Brasil-Amazônia (FIBRA). Mestre em História pela Universidade Estadual de Campinas.


Mais uma vez me vejo tendo que contra-argumentar com quem não merece. Aliás, não só não merece, mas que também não publica meus comentários em seu blog. Um blog bem conhecido, de alguém que só recebe comentários anônimos... acho tão engraçado isso! Como pode ter tanta credibilidade? Talvez porque esteja repetindo o discurso de quem lhe manda...
Como eu sei que, mais uma vez não vão publicar meus argumentos, aqui vão:

"Sim... e os anônimos, tão presentes neste blog, que não assinaram, não deram a cara no movimento em defesa, o que fazem?!
Cada um que faça o seu papel. Mas, pra mim, ficar sempre no discurso da teoria-da-conspiração não leva a nada!
Fato 1: o imóvel é particular, portanto o poder público não pode eivar recursos públicos em prol do particular.
Fato 2: o imóvel é tombado pelo município que tem obrigação e instrumentos legais inclusive para expropriar o imóvel.
Fato 3: pelo Estado o imóvel encontra-se em processo de tombamento (menos que tombado individualmente) e, infelizmente, pouco existe de instrumentos legais, visto que o Estado gostaria de não penalizar os idosos.
Fato 4: enquanto o bem não recebe o título de tombado, ele não é, legalmente patrimônio cultural do estado [esclarecimento ao Anônimo que postou dia 8 de Agosto de 2009 às 17:28h]. Infelizmente, para quem conhece legislação, muito pouco a SECULT pode fazer em relação ao bem, enquanto não se configurar o tombamento.
Fato 5: embora esteja sendo feito todo o trâmite de pesquisa histórica, arquitetônica, etc. sobre a Associação dos Chauffeurs, o processo de tombamento estadual, pode-se dizer, é recente. O que tramitou na FUMBEL, que era originalmente de tombamento do Teatro São Cristóvão, levou mais de 10 anos e protegeu parcialmente o edifício da Associação dos Chauffeurs, com indicativo claro para a sua demolição parcial e supressão do Teatro São Cristóvão!! Detalhe, o processo original, do tombamento do Teatro, sumiu!!
Fato 6: a acolhida do processo de tombamento estadual do Teatro São Cristóvão se deu, justamente, quando tomou-se ciência do que vinha ocorrendo no Conselho de Patrimônio do município, como forma de garantir, de alguma forma, a preservação do bem. Se não fosse por isso, amigos, já não teríamos nem ruínas, mas um edifício sendo construído, mantendo apenas a fachada da Associação!!
É para esclarecimento dessas entre outras coisas que surgiu o movimento de defesa do Teatro São Cristóvão. Para provocar o olhar crítico, e não criar qualquer tipo de factóide. Sinceramente, só fui saber da possível candidatura do Edilson Moura através deste blog.
Não vou defender lado algum, apenas pesar com a lógica: quem tem de fato obrigação de uma ação efetiva no caso? Podem responder no meu blog (http://marcosdotempo.blogspot.com), mas aviso logo que quem não assume a própria identidade, também não assumo a fala."


Eu só levo a sério quem me leva a sério! E em sua homenagem, antes que eu me esqueça e acabe me estressando, postarei um videozinho.



E o Movimento Vida ao Teatro São Cristóvão, o que tem feito? Quem acompanha meu blog sabe! Mas eu dou uma pista: continue lendo.

Comentários

Claudia disse…
Registro que os comentários (meu e do Renato Gimenes) foram aceitos no referido blog. Agradeço em nome do DPHAC e do Marcos do Tempo.

Mas, desculpa aí...
Quando os anônimos não lhe batem palmas, Barata esperneia! http://novoblogdobarata.blogspot.com/search?q=Paulo+Klautau+Filho

Gostaria MUITO de ver nossos argumentos também considerados numa postagem, não à sombra de um comentário, como foi feito com a questão do arrogante procurador.
Sim, porque é provado que o álcool só revela o que o subconsciente esconde: ele É aquilo e pronto! Como ele, convivo com vários todos os dias... e sóbrios!

Postagens mais visitadas