Soledade...
Soledade: nome para a história de Belém
O Cemitério de Nossa Senhora da Soledade foi a primeira necrópole pública de Belém, que funcionou com sepultamentos entre os anos de 1850 e 1880, sendo posteriormente substituído pelo Cemitério de Santa Izabel, localizado no bairro do Guamá.
Soledade: sentimento que inunda o tempo
Nesta época, os enterramentos eram feitos no interior ou áreas anexas às igrejas, se tratasse de pessoa rica ou importante. Se pobre, escravo ou condenado era enterrado em outros lugares na cidade, como o abandonado Largo da Pólvora (atual Praça da República), que não apresentavam nenhuma segurança, higiene ou conforto.
Soledade: história de um tempo
O Soledade teve sepultamentos por apenas trinta anos, extinguindo-se as suas funções. Por sua concepção, aos moldes dos cemitérios lusos e pelo fato de, ao contrário de outras necrópoles da época, não ter sofrido processo de renovação, é um recorte, uma cápsula do tempo.
Soledade: aquilo que iguala os homens
Por conta da grande quantidade de mortos, vítimas da epidemia de febre amarela que grassou a cidade de Belém em meados do século XIX e ao risco sanitário dos enterramentos inadequados, tanto ricos quanto pobres e escravos foram sepultados no Soledade.
Soledade: as dores nunca são iguais
A necrópole reflete espacialmente as profundas desigualdades sociais: a parte norte do cemitério destinada aos enterros de autoridades e pessoas de grande prestígio social e a área sul aos enterramentos dos pobres. Os ângulos do Cemitério foram divididos e ocupados por membros de quatro Ordens Religiosas: Santa Casa de Misericórdia, Ordem Terceira do Carmo, Ordem Terceira de São Francisco e Ordem Militar do Santo Cristo.
Soledade: dores também são belas
Os mausoléus, que já foram estudados e pesquisados como obras de arte, que traduzem o espaço como um verdadeiro museu escultórico a céu aberto, possuem significados diversos, tanto diretos em seus simbolismos herméticos quanto como subterfúgios da expressão de status, da vaidade humana, de um nome, de um título, de um lugar na vida que se foi.
Soledade: dores que se perpetuam
Pessoas de vários credos religiosos reúnem-se toda segunda-feira para o chamado culto às almas, quando o cemitério é aberto à visitação pública e podem-se visitar túmulos de amigos e parentes ancestrais e especialmente aqueles considerados milagrosos, segundo o imaginário social. Dentre esses túmulos podemos destacar Preta Domingas, Escrava Anastácia, Menino Zezinho e Menina Januária, principais alvos da devoção popular.
Soledade: memória
O Cemitério de Nossa Senhora da Soledade é tombado pelo patrimônio federal (IPHAN) e pelo município (DEPH/FUMBEL). Mas muito pouco temos ainda de conhecimento sobre ele.
Esse texto tem cerca de um ano e foi escrito para uma exposição na Galeria Theodoro Braga, mas não foi publicado. Pena: o artista preferiu limitar-se aos seus registros do Père-Lachaise, de Paris, sem perceber a riqueza que temos no coração de Belém, a "Paris N'América"! Sem saber o quanto o Soledade é referencial para a história, antropologia, arqueologia, artes plásticas... no Brasil! Né Henrique?
Dedico esse post a uma grande amiga, pelo seu aniversário. Soledade é grande...
O Cemitério de Nossa Senhora da Soledade foi a primeira necrópole pública de Belém, que funcionou com sepultamentos entre os anos de 1850 e 1880, sendo posteriormente substituído pelo Cemitério de Santa Izabel, localizado no bairro do Guamá.
Soledade: sentimento que inunda o tempo
Nesta época, os enterramentos eram feitos no interior ou áreas anexas às igrejas, se tratasse de pessoa rica ou importante. Se pobre, escravo ou condenado era enterrado em outros lugares na cidade, como o abandonado Largo da Pólvora (atual Praça da República), que não apresentavam nenhuma segurança, higiene ou conforto.
Soledade: história de um tempo
O Soledade teve sepultamentos por apenas trinta anos, extinguindo-se as suas funções. Por sua concepção, aos moldes dos cemitérios lusos e pelo fato de, ao contrário de outras necrópoles da época, não ter sofrido processo de renovação, é um recorte, uma cápsula do tempo.
Soledade: aquilo que iguala os homens
Por conta da grande quantidade de mortos, vítimas da epidemia de febre amarela que grassou a cidade de Belém em meados do século XIX e ao risco sanitário dos enterramentos inadequados, tanto ricos quanto pobres e escravos foram sepultados no Soledade.
Soledade: as dores nunca são iguais
A necrópole reflete espacialmente as profundas desigualdades sociais: a parte norte do cemitério destinada aos enterros de autoridades e pessoas de grande prestígio social e a área sul aos enterramentos dos pobres. Os ângulos do Cemitério foram divididos e ocupados por membros de quatro Ordens Religiosas: Santa Casa de Misericórdia, Ordem Terceira do Carmo, Ordem Terceira de São Francisco e Ordem Militar do Santo Cristo.
Soledade: dores também são belas
Os mausoléus, que já foram estudados e pesquisados como obras de arte, que traduzem o espaço como um verdadeiro museu escultórico a céu aberto, possuem significados diversos, tanto diretos em seus simbolismos herméticos quanto como subterfúgios da expressão de status, da vaidade humana, de um nome, de um título, de um lugar na vida que se foi.
Soledade: dores que se perpetuam
Pessoas de vários credos religiosos reúnem-se toda segunda-feira para o chamado culto às almas, quando o cemitério é aberto à visitação pública e podem-se visitar túmulos de amigos e parentes ancestrais e especialmente aqueles considerados milagrosos, segundo o imaginário social. Dentre esses túmulos podemos destacar Preta Domingas, Escrava Anastácia, Menino Zezinho e Menina Januária, principais alvos da devoção popular.
Soledade: memória
O Cemitério de Nossa Senhora da Soledade é tombado pelo patrimônio federal (IPHAN) e pelo município (DEPH/FUMBEL). Mas muito pouco temos ainda de conhecimento sobre ele.
Esse texto tem cerca de um ano e foi escrito para uma exposição na Galeria Theodoro Braga, mas não foi publicado. Pena: o artista preferiu limitar-se aos seus registros do Père-Lachaise, de Paris, sem perceber a riqueza que temos no coração de Belém, a "Paris N'América"! Sem saber o quanto o Soledade é referencial para a história, antropologia, arqueologia, artes plásticas... no Brasil! Né Henrique?
Dedico esse post a uma grande amiga, pelo seu aniversário. Soledade é grande...
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