Maravilhoso!
A bem da verdade, começamos tarde a lembrar o motivo porque estávamos lá. Houve uma agitação muito grande da imprensa, muitas equipes entrevistando em bloco e em revezamento de equipe: parecia uma grande ciranda. Eram clowns, atores, diretores, bailarinos, arquitetos, historiadores, escritores, representantes dos grupos afro descendentes e, claro, dos pássaros juninos.
Ester Sá estava no comando. Me confidenciou que deu tanta entrevista que não sabia mais pra quem.
Iracema Oliveira com o pássaro Tucano e o Tem-Tem emocionou a todos, relembrando as várias histórias naquele espaço.
O Teatro São Cristóvão está lá, semi intacto. A Associação dos Chauffeurs sofreu mais. Quero saber se o tombamento municipal incidiu sobre o estado atual do edifício da Associação ou se eles registraram a situação anterior. Alguém sabe me responder? Não consigo entender a lógica, se há, do não-tombamento do São Cristóvão: ele tem valor arquitetônico (não é o mais relevante), valor histórico e cultural (indiscutíveis), valor referencial (só ficar meia hora na porta do prédio para ouvir tantas histórias de vida dos moradores de São Braz) e, é claro, risco de desaparecimento. E me vem Honorato me falar que sobre o São Cristóvão só incidiria o registro imaterial (?!), por isso o parecer tombou o edifício da Associação e condicionou a construção de um Memorial ao Teatro São Cristóvão (?!?!). Me sinto sem pé diante dessa retórica... Eu, Mardock e Renato diluíamos o fel da nossa certeza de sermos tão ingênuos. Os dois se deliciavam com o espaço que acabavam de conquistar.
Na calçada surge João de Jesus Paes Loureiro. Muitos não acreditavam que ele de fato fosse aparecer; acho que alguns pensavam que ele não fosse real. Fiz uma reverência e saí dessa cena que já não me pertencia.
Comentários
Precisamos olhar mais para nosso passado pois ele que nos formou.
Abraços e parabéns Claudia