Simplesmente Max

Desde que soube da partida de Max Martins, fiquei pensando no que dizer. Não acho palavras.
Max se esforçou durante toda sua vida, por vários meios para dizer-se. Quem sou eu para me arriscar a fazer a rota do poeta.
É, sem dúvida, a maior essência da arte contemporânea paraense. Não por prêmios ou exposições, nem por popularidade, mas pela coerência humana, que reflete-se em sua obra.
Essa terra tem homens de grandeza maior que o próprio nome. Dizer que Max é grande seria, ao mesmo tempo, pouco e redundante.
Max Martins foi capaz de construir sua poesia de forma integral. Nosso maestro disse ter feito de sua vida uma canção; Max viveu poesia, compartilhou sua sensibilidade de forma integral, em traços, palavras e vivência humana. Não se furtava ao bom diálogo, ao crescimento pela troca. Não sem motivo seus diários pessoais compõem o acervo de suas obras primas: é Max, completo.
Me penalizo por ter sido apenas uma mariposa a observar a sua luz. Me solidarizo com pessoas a quem Max foi mais próximo, seus parentes e especialmente à Daniele Fonseca, Dumas Seixas e Vasco Cavalcante. Não tenho como pensar neles sem associar-los a Max Martins.
Marahu é o Edem onde Max reinará, suspenso pelas asas das borboletas, que batem caóticas e precisas, como seus diários.
Ele agora divide a mesa com Waldemar Henrique, Ruis Meira e Barata, Roberto La Rocque Soares, Sarubi, Bruno de Menezes, Maria Lúcia Medeiros (com quem compartilhará segredos de Mosqueiro), Osmar Pinheiro, Leminki, Haroldo de Campos, Philadelpho Menezes e tantos mais, a discutir arte conemporânea, poesia escrita, sonora e visual, novos encontros possíveis e improváveis.

A CABANA
É preciso dizer-lhe que tua casa é segura
Que há força interior nas vigas do telhado
E que atravessarás o pântano penetrante e etéreo
E que tens uma esteira
E que tua casa não é lugar de ficar
mas de ter de onde se ir.

Comentários

Max Junior disse…
vi o tiutlo e ate me empolguei achando que era pra mim e eu nem sabia o pq da homenagem hehahehahehaeaea

brincadeira claudia!

eu tava trabalhando e lendo a reportagem do amazonia e do liberal sobre ele.

uma perda lastimável.

abçs

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