Os bons morrem cedo

Visualizando meu blog, percebi quantas referências (diretas e indiretas) a Oscar Niemeyer já havia postado. Na verdade, hoje de manhã, olhando a coleção de ímãs de geladeira que trago de todos os lugares que vou, lá estava a tríade Niterói-Brasília-Belo Horizonte. A força da arquitetura de Niemeyer marca paisagens especiais, tanto que não sei estabelecer o limite da arquitetura e da vivência desses lugares, a importância pessoal deles na minha formação como arquiteta ou mesmo de evolução da minha sensibilidade humana.
Sem odes ao Mestre (que não há jamais alguém que negue esse título, mesmo os críticos à sua obra), fico com o sentimento de que ele foi-se muito cedo. Quase 105 anos, e foi cedo?
Meu pai dizia que a eternidade de um homem está no que ele deixa de legado à memória de si. Alguns são logo esquecidos, outros lembrados por seus malfeitos eternamente. Mas há aqueles que, de tanto viço e capacidade de fazer, nos parecem imortais. Ninguém lamenta a passagem de alguém doente, mas lamentamos a perda da capacidade de viver em plenitude. E quem duvida que Oscar Niemeyer, mesmo internado, durante suas reuniões de projetos com sua equipe, não tinha ainda em mente tantos projetos quanto a eternidade lhe fosse capaz? Símbolo de eternidade em vida, de infinito criativo, Oscar Niemeyer foi capaz de deixar sua marca pelo mundo com traços simples, com posicionamentos diretos, de forma natural e honesta com suas crenças. Simplesmente viveu.

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