Os bons morrem cedo

Sem odes ao Mestre (que não há jamais alguém que negue esse título, mesmo os críticos à sua obra), fico com o sentimento de que ele foi-se muito cedo. Quase 105 anos, e foi cedo?
Meu pai dizia que a eternidade de um homem está no que ele deixa de legado à memória de si. Alguns são logo esquecidos, outros lembrados por seus malfeitos eternamente. Mas há aqueles que, de tanto viço e capacidade de fazer, nos parecem imortais. Ninguém lamenta a passagem de alguém doente, mas lamentamos a perda da capacidade de viver em plenitude. E quem duvida que Oscar Niemeyer, mesmo internado, durante suas reuniões de projetos com sua equipe, não tinha ainda em mente tantos projetos quanto a eternidade lhe fosse capaz? Símbolo de eternidade em vida, de infinito criativo, Oscar Niemeyer foi capaz de deixar sua marca pelo mundo com traços simples, com posicionamentos diretos, de forma natural e honesta com suas crenças. Simplesmente viveu.
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