Coisas de Brasília
Estou retornando de uma viagem técnico-sentimental à Brasília. Sempre é um prazer rever aquele lugar, de alguma forma, por mais que o GDF não esteja tratando bem da manutenção do Plano Piloto. Mas também o IPHAN parece não estar muito preocupado, visto a quantidade de interferências visuais em plena Esplanada dos Ministérios: banners enormes em um dos edifícios do Congresso, no Ministério da Defesa, uma árvore de Natal com um peso visual absurdo e um parque temático (um taxista disse ser uma "vila encantada" para o Natal) com linhas supostamente medievais: torreão dentilhado, essas coisas! A Torre de TV está um lixo: um dos refletores serve, ludicamente, para guardar chicletes (uma coisa horrenda aquela massa amorfa); a feira de artesanato me lembrou o nosso velho Ver-o-Peso (digo "velho" no sentido do antigo, antes da obra do período do prefeito Edmilson Rodrigues), com um monte de barracas atravancadas cobertas de plástico azul, e outros. Mas deve ser para compor com o entorno degradado: calçamento, paisagismo, iluminação, lago desativado...
A Catedral me deu certa tristeza: infiltrações do espelho d'água para a nave, sendo resolvidas de forma primária, e na laje do teto, o vitral de Marianne Peretti muito danificado, não só as lâminas de vidro, mas até a estrutura em chumbo! Minha amiga e chefe Rose fotografou os danos, para quem quiser ver. Não sei se colocarei aqui: esta não é a minha Brasília, e quero acreditar que esses maus tratos sejam logo sanados.
Mas a melancolia se desfaz diante da maravilha que é aquela Catedral. Os acabamentos, a Via Sacra de Di Cavalcanti, o equilíbrio de formas e dos anjos de Alfredo Ceschiatti e Dante Groce, também autores dos Evangelistas que te guardam tanto dentro quanto fora do templo, nos preparando para a passagem entre os mundos terreno e divino. Durante anos ouvi de não-simpatizantes de Niemeyer e de outras pessoas que o Santuário Dom Bosco era mais bonito que a Catedral. Depois de mais de vinte anos, visitando esporadicamente Brasília, consegui conhecê-lo, enfim. Sim, é bonito, em sua proposta. O dia estava nublado, então não consegui apreender o fato da luminosidade nos seus vitrais, que deve ser algo realmente maravilhoso. Ao contrário da Catedral, que nos remete ao céu, o Dom Bosco nos leva à introspecção. Sinceramente, prefiro o Céu!
Já escrevi um post, há algum tempo, sobre o que, pra mim, são os espaços da arquitetura brasileira. Preciso rever minhas outras referências e provocá-las.
A Catedral me deu certa tristeza: infiltrações do espelho d'água para a nave, sendo resolvidas de forma primária, e na laje do teto, o vitral de Marianne Peretti muito danificado, não só as lâminas de vidro, mas até a estrutura em chumbo! Minha amiga e chefe Rose fotografou os danos, para quem quiser ver. Não sei se colocarei aqui: esta não é a minha Brasília, e quero acreditar que esses maus tratos sejam logo sanados.
Mas a melancolia se desfaz diante da maravilha que é aquela Catedral. Os acabamentos, a Via Sacra de Di Cavalcanti, o equilíbrio de formas e dos anjos de Alfredo Ceschiatti e Dante Groce, também autores dos Evangelistas que te guardam tanto dentro quanto fora do templo, nos preparando para a passagem entre os mundos terreno e divino. Durante anos ouvi de não-simpatizantes de Niemeyer e de outras pessoas que o Santuário Dom Bosco era mais bonito que a Catedral. Depois de mais de vinte anos, visitando esporadicamente Brasília, consegui conhecê-lo, enfim. Sim, é bonito, em sua proposta. O dia estava nublado, então não consegui apreender o fato da luminosidade nos seus vitrais, que deve ser algo realmente maravilhoso. Ao contrário da Catedral, que nos remete ao céu, o Dom Bosco nos leva à introspecção. Sinceramente, prefiro o Céu!
Já escrevi um post, há algum tempo, sobre o que, pra mim, são os espaços da arquitetura brasileira. Preciso rever minhas outras referências e provocá-las.
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